quinta-feira, 15 de março de 2007

A justiça só da fora na internet

Hoje eu li no portal de notícias G1 que uma advogada ganhou em primeira instância uma ação contra o Google. Ela culpa o Google de associar sua imagem à imagem de uma ex-prostituta, no caso a famosa Bruna Surfistinha. Provavelmente essa associação é feita por ela ter o mesmo nome ou nome parecido com o da Surfistinha. A notícia pode ser conferida em http://g1.globo.com/Noticias/0,,MUL11297-6174,00.html.

Não sei se essa advogada é oportunista ou se o juiz não tem conhecimento técnico de como funcionam as técnicas atuais de busca. Atualmente os sites não contêm, ou contêm muito poucas informações semânticas sobre seu conteúdo, desta forma fica impossível os buscadores separarem uma pessoa de outra. A culpa não é do buscador, pois ele utiliza um mecanismo automático que organiza os resultados buscados da melhor forma possível, mas que culpa o Google tem dos sites não são bem produzidos omitindo as informações semânticas? No Brasil existem muitas pessoas com nomes repetidos, será que ela foi identificada unicamente? Tenho certeza que o Google não inferiu algo que dizia coisas do tipo a advogada de cpf xyz ou residente do endereço zyd é a Bruna surfistinha, coisas que eu sei que é impossível um buscador inferir atualmente.

A justiça precisa aprender a andar mais rápido ou ao menos tentar se informar adequadamente antes inferir uma decisão, espero que nas instâncias superiores esse impasse seja resolvido sem a punição do Google, pois se ele for condenado a pagar essa indenização absurdamente elevada, abrira caminho para pessoas oportunistas maquiarem os resultados das busca com o objetivo de ganharem indenizações como esta.

Tenho certeza que esta sentença não foi inferida por incompetência do juiz, mas sim por uma boa argumentação da advogada que só deve ter relevado os fatos favoráveis a ela e a defesa não deve ter conseguido levantar fatos que convencem esse juiz.

Este ano a justiça já cometeu outra gafe imperdoável, bloqueou o acesso ao youtube por causa de um vídeo de uma atriz exibicionista.

Vamos torcer por uma evolução em nossa vagarosa justiça, que as vezes até a enxergamos como INjustiça.

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